sábado, 20 de março de 2010

Biologia - Terapia celular pioneira


Primeiro transplante de células-tronco para tratar doença pulmonar é feito com sucesso no Brasil.

Pesquisadores brasileiros, acabam de realizar um feito inédito rumo ao uso de terapias celulares para tratar doenças pulmonares. Um grupo da universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ), realizou com sucesso o primeiro transplante de células tronco em paciente com silicose, doença sem cura nem tratamento que causa insuficiência pulmoar e, afeta cerca de 6 milhões de pessoas no Brasil.
A silicose é causada pela inalação de pó de sílica, um dos óxidos mais abundantes da crosta terrestre - e que ocorre na forma de areia, pedra e quartzo, entre outras. As vítimas são - na maior parte - trabalhadores de construção civil, mas a doença afeta também empregados da mineração, do garimpo e de indústrias de transformação de minerais, metalúrgica, química, de borracha, de cerâmica e de vidro. Ao ser inalada, a sílica vai para o pulmão, onde os macrófagos (células que englobam e digerem elementos estranho ao corpo), tentam digeri-las sem sucesso e acabam destruídos. Esse processo causa inflamação e cicatrizes no pulmão - que - em um período de vinte a trinta anos, evoluem para insuficiência pulmonar grave, e podendo levar a óbito.
Paciente n°1
A equipe da UFRJ, coordenada pelo biofísico Marcelo Morales, do instituto de biofísica, iniciou na quinta-feira, dia vinte de agosto, a primeira fase de testes clínicos da terapia celular para a doença. O primeiro paciente recebeu um implante de células-tronco, retiradas de sua própria medula óssea - e injetadas diretamente no pulmão por meio de broncoscopia (em que um aparelho é introduzido no sistema respiratório pela boca do paciente).
Novas etapas
Nas próximas semanas, a equipe repetirá o procedimento, que envolve a injeção de trinta a setecentos milhões de células-tronco - em nove pacientes com silicose. Os voluntários serão acompanhados por um ano para avaliar a segurança do método. Em uma próxima fase, cinquenta pacientes, receberão o transplante para que seu estado clínico seja avaliado, ''mas só depois da terceira fase, em que acompanharemos mil pacientes de vários estados, poderemos verificar a eficácia da terapia em humanos'', diz Morales. O grupo espera que a terapia celular em humanos, repita o desempenho em testes ''in vivo.'' Experimentos feitos em ratos e camundongos durante cinco anos pararam a progressão da doença. ''A silicose não tem cura nem tratamento, mas será possível impedir a evolução da doença e melhorar a qualidade e a expectativa de vida do paciente'', aposta Morales. E completa: - Esse estudo abre uma nova perspectiva para o tratamento de doenças respiratórias no Brasil, como a asma e a síndrome desconforto respiratório agudo.''
Thaís Fernandes - Ciência Hoje on-line 24/08/2009

Prof. Luis Pires